Item 0055 - Livro das Sepulturas da Capela de Nossa Senhora da Lapa

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PT ICPRT IC/B/0055

Title

Livro das Sepulturas da Capela de Nossa Senhora da Lapa

Date(s)

  • 1786-09-03 a 1865-07-19 (Creation)

Level of description

Item

Extent and medium

1 livro; 196 fls.; 21,5 x 16 x 4 (cm)

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Name of creator

(1707-00-00 a -)

Administrative history

A Igreja e Sacristia da Irmandade dos Clérigos do Porto constituía o sector orgânico central à vida religiosa da Irmandade. De facto, até à instituição do Coro dos Clérigos em 1762, era a Igreja e Sacristia que congregava a realização de todos os actos de culto da Irmandade.
A principal figura deste sector era o Tesoureiro da Igreja e da Sacristia, que deveria ser um Irmão presbítero, com as seguintes características: dar um bom exemplo, ser de consciência, recolhimento e reconhecido asseio. O Tesoureiro da Igreja era nomeado pela Mesa e estava encarregado de zelar e velar por tudo o que pertencia e dizia respeito ao culto divino. Com a formação do Coro em 1762, esta figura passou a desempenhar funções em ambos os sectores, tal como se declara no Capítulo 9.º, § 1.º, fls. 14 a 15 dos Estatutos do Coro de 1782: «Posto que o Thezoureiro da Sachristia não pertença absolutamente as obrigaçoens do Coro, se não ao todo da Igreja, com tudo tem alguas dependencias que se embaração com elle (…)». Para além da sua actuação no funcionamento do Coro e da Igreja, o Tesoureiro da Sacristia poderia ainda ser aprovado para confessar e acumular vários cargos, nomeadamente o de cartorário da Irmandade (Capítulo 12.º, Artigo n.º 91, fl. 18 do Regulamento do Coro do séc. XX) e, após 1762, o de Capelão do Coro.
Do ponto de vista da produção documental, o Tesoureiro da Igreja e da Sacristia era responsável pelo livro dos assentos das pessoas sepultadas na Igreja; no final de cada ano deveria realizar um rol descritivo dos bens que lhe foram entregues no início do desempenho das funções e daqueles que restavam; e estava ainda encarregado de receber da mão do Secretário o pagamento do serviço religioso, que deveria fazer distribuir pelos capelães. No que diz respeito às funções relacionadas com o culto divino, destacam-se as seguintes tarefas: fazer a exposição do Santíssimo Sacramento; ver as licenças dos sacerdotes que quisessem exercer ordens na Igreja da Irmandade; mandar abrir as portas da Igreja e tocar os sinos; acender as velas necessárias para os diversos actos do culto; preparar na Sacristia tudo o que fosse necessário para os diversos actos de culto e fazer conservar em boa ordem, arrumados e limpos, todos os paramentos e alfaias da Irmandade. O Tesoureiro da Igreja deveria ser uma presença constante na mesma e não poderia ausentar-se sem licença e só quando devidamente substituído por um sacerdote responsável, que ficasse encarregado das suas atribuições. Esta obrigação de permanência no local tornava-o numa figura importante da vida da Irmandade, pelo que estava encarregado de manter todos os empregados inferiores no cumprimento exacto de todas as suas obrigações. Podia ainda, com a concordância da Mesa, nomear e despedir os Meninos do Coro, que ficavam sob a sua dependência e, por tal, deveriam igualmente prestar assistência aos actos do culto da Sacristia.
De forma a cumprir as suas funções, o Tesoureiro da Igreja e da Sacristia dispunha de um ajudante - que deveria estar sujeito a um regulamento especial -, nomeado pela Mesa sob proposta do Tesoureiro. Contava igualmente com o apoio de pessoal menor e trabalhadores remunerados, tal como o sineiro; o porteiro; os coveiros que abriam sepulturas; os armadores; assim como a da lavadeira e brunideira, no que dizia respeito à manutenção da limpeza e asseio dos bens da Sacristia. Deste pessoal auxiliar destaca-se a figura do porteiro, que embora devesse obedecer em primeiro lugar à Mesa e ao Secretário, cumpria igualmente ordens do Tesoureiro da Igreja e da Sacristia. Neste sector tinha tarefas de apoio à limpeza, de colocar água nas pias e de manter afastadas pessoas estranhas à vida quotidiana da Irmandade, sobretudo da parte da noite.
Esta secção engloba documentação que se relaciona com o funcionamento da Igreja e Sacristia da Irmandade dos Clérigos do Porto, tanto do ponto de vista dos ritos religiosos aí celebrados, como da administração financeira da Igreja. Entre esta documentação destacam-se os livros de registo das missas celebradas por alma dos Irmãos; as certidões de missas; assentos de termos de sepultura de fiéis e Irmãos; assim como a documentação de registo das despesas com a Igreja e Sacristia da Irmandade. Esta secção é constituída igualmente por documentação relativa aos diversos altares e devoções religiosas praticadas na Igreja da Irmandade dos Clérigos do Porto, como é o caso da Senhora da Lapa, Senhora das Dores, Santo André e aos padroeiros da Irmandade.

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Scope and content

A presente unidade de informação resultou da necessidade de controlar os enterramentos de corpos nas sepulturas da Capela de Nossa Senhora da Lapa. Assim, este livro é constituído por um índice (fólios 1 e 1v); por assentos dos corpos sepultados na Capela de Nossa Senhora da Lapa (num total de 12 tumbas); por um registo de enterramento de um Irmão no Carneiro da Irmandade (fólio 64, 1865-07-19, continuação dos assentos do livro «Termos de sepultura») e por um termo relativo a queixas apresentadas, em 1799-11-12, contra o Porteiro da Irmandade, Francisco da Silva, que contém as obrigações deste oficial (fólios 160 a 161v). Os assentos de sepultura na referida capela (1786-09-03 a 1863-03-18) apresentam, entre outras informações, a identificação da sepultura; a data do enterro (dia, mês e ano); o local de falecimento; o género do defunto; a condição de “anjinho”; a condição de “pobre” – cerimónia fúnebre como acto de caridade –; a condição de Irmão ou Irmã; a tipologia do Irmão (secular ou religioso); o nome, a idade, a filiação, o estado civil, a profissão, o cargo, o título e a morada do falecido; o(s) cargo(s) desempenhado(s) na Irmandade; a relação familiar do defunto com Irmãos (mãe ou irmã, por exemplo); os sacramentos recebidos antes do passamento; as exéquias prestadas pela Irmandade; a data do registo (dia, mês e ano) e a assinatura do produtor do termo (nome do Tesoureiro da Igreja ou do Sacristão).
Entre os fólios 16v e 17, surge solto um papelinho, impresso e manuscrito, relativo ao acto de ouvir em confissão os crentes (Quaresma de 1836).
Esta fonte contém termos de abertura (fólio inicial) e encerramento (fólio 196v).

Appraisal, destruction and scheduling

Accruals

System of arrangement

Ordenado por sepulturas e, dentro destas, cronologicamente.

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    Script of material

      Language and script notes

      Physical characteristics and technical requirements

      Encadernação em pergaminho. Estado de conservação regular. Os fólios 19 e 20 estão rasgados no canto inferior direito. O fólio 24 foi cortado do livro. Os fólios 103 a 196 apresentam marcas de actividade biológica. O fólio 112 foi arrancado do livro.

      Finding aids

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      Existence and location of originals

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      Note

      Títulos inscritos na lombada do livro: «Liv. das Sepulturas da Capela de N. Sr.ª da Lapa» e «Sepulturas na Capella de N. Snr.ª da Lapa».

      Note

      Fólios rubricados por “Barboza” – Gaspar Barbosa dos Santos, Ex-Secretário da Irmandade dos Clérigos do Porto. Os fólios 3v a 9, 12v a 16v, 19 a 22v, 25v a 29v, 31 a 49v, 51v a 57v, 59v a 63v, 64v a 99v, 102 a 108, 109v a 122v, 124v a 149v, 152v a 154v, 157 a 159v e 162 a 195v estão em branco. Falta o fólio 48, devendo tratar-se de um lapso de numeração.

      Alternative identifier(s)

      Referência do inventário antigo

      364

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