Zona de identificação
Código de referência
Título
Data(s)
- [1754-03-02] a [1828-06-09] (Produção)
- Data(s) predominante(s): [1754-03-02] a [1816-09-13] (Produção)
Nível de descrição
Dimensão e suporte
1 brochura; 98 fls.; 30 x 22 x 2 (cm)
Zona do contexto
Nome do produtor
História administrativa
O Hospital da Irmandade dos Clérigos do Porto, em concordância com a missão base da Irmandade, foi criado com o objectivo de socorrer os clérigos pobres e doentes da cidade, incluindo os que não eram Irmãos. Oficialmente designado como Hospital da Irmandade, é comum ser referido na documentação da época apenas como Enfermaria, provavelmente em referência à casa da enfermaria, na qual se encontravam os leitos onde eram instalados os enfermos. Para além desta divisória principal, o Hospital incluía igualmente um altar, uma casa da sacristia, cozinha e um quarto para o Enfermeiro-Mor.
O Hospital estava sob imediata superintendência do Presidente ou, por delegação deste, do Secretário da Irmandade. A gerência e fiscalização desta secção de assistência física e espiritual, por sua vez, estavam incumbida a um deputado da Mesa, que tinha a obrigação de visitar a mesma diariamente durante os meses em que exercia a função de mordomo do Hospital. A nível interno, o Hospital era dirigido pelo Enfermeiro-Mor e contava igualmente com enfermeiros menores, cirurgiões e médicos, assim como um conjunto de criados e ajudantes, dos quais se destaca o Moço da Enfermaria.
O tratamento fornecido no Hospital da Irmandade incluía duas vertentes: a admissão no Hospital e a assistência aos clérigos doentes nas suas próprias casas. A assistência domiciliária era preferível no caso de doenças contagiosas e o socorro por conta da Irmandade, para além dos cuidados igualmente prestados aos doentes admitidos na enfermaria - com apoio do médico, cirurgião e boticário -, incluía ainda uma esmola. Tanto no caso de admissão como de apoio domiciliário, os clérigos contavam ainda com assistência espiritual - nomeadamente no momento da morte - e com o direito ao enterro, em caso de falecimento.
O período de maior vigor em termos de funcionamento do Hospital da Irmandade, segundo a documentação produzida pelo mesmo, parece ter-se situado entre meados do século XVIII e a década de 20 do século XIX. Em sessão da Mesa de 12 de Fevereiro de 1841 foi deliberado que se tornasse a estabelecer o Hospital para curativo dos Irmãos pobres e doentes e, de facto, nos Estatutos da Irmandade de 1871 ainda há referência à existência do mesmo, apesar de não se conhecer documentação deste período. A partir do século XX, a menção ao Hospital parece desaparecer da documentação e dos documentos regulamentares da Irmandade.
Esta secção engloba toda a documentação que se relaciona com a gestão administrativa e financeira do Hospital e com os irmãos doentes que se recolheram no mesmo, nomeadamente: registo de entradas e óbitos; receitas prescritas pelos médicos; recibos dos enfermeiros, dos médicos e dos cirurgiões; despesa da enfermaria e uma série documental relativa ao fundo do Hospital. Engloba ainda um inventário, que contempla a descrição do altar da enfermaria, sacristia, casa da enfermaria, roupa de cama, serviço de mesa e cozinha, assim como alfaias diversas.
Entidade detentora
História do arquivo
Fonte imediata de aquisição ou transferência
Zona do conteúdo e estrutura
Âmbito e conteúdo
Livro de registo da entrada de Irmãos doentes na Enfermaria da Irmandade dos Clérigos do Porto, assim como registo do termo dos seus falecimentos.
Os registos de entrada de enfermos contêm os seguintes dados: nome; morada; data de entrada na Enfermaria; indicação da tipologia de doença (ex.: febre maligna, hidropisia, perna partida, etc.); diversas indicações à margem do registo (ex.: indicação de que saiu curado ou para tratamentos específicos, como «apanhar ares Patrios»; data de falecimento e remissão para o respectivo termo no mesmo livro) e assinatura do termo de entrada pelos Mordomos do Hospital, Enfermeiro-Mor, Tesoureiro da Igreja ou Secretário da Irmandade.
Os registos de falecimento, por sua vez, contêm a indicação do nome; morada; hora e data de falecimento; sacramentos administrados e nome do sacerdote que os celebrou; referência aos ofícios realizados pela alma do defunto; indicação de existência de testamento; número da sepultura, no caso de enterramentos na Igreja dos Clérigos; diversas indicações à margem do registo (ex.: data do falecimento; remissão para o respectivo termo de entrada no mesmo livro) e assinatura do termo de falecimento pelos Mordomos do Hospital, Enfermeiro-Mor, Tesoureiro da Igreja ou Secretário da Irmandade.
Entre os fólios 91 a 96v. encontra-se um inventário da Enfermaria da Irmandade dos Clérigos do Porto do ano de 1762, com adições de 1764, 1765, 1770 e 1771.
Esta brochura contém termo de abertura (fl. não numerado) e termo de encerramento (fl. 98).
Avaliação, seleção e eliminação
Incorporações
Sistema de arranjo
Ordenação temática e, dentro desta, cronológica.
Zona de condições de acesso e utilização
Condições de acesso
Condiçoes de reprodução
Idioma do material
Sistema de escrita do material
Notas ao idioma e script
Características físicas e requisitos técnicos
Brochura em pergaminho com tiras de pele para fechar. Estado de conservação regular. Alguns fólios têm sinais de humidade.
Instrumentos de descrição
Zona de documentação associada
Existência e localização de originais
Existência e localização de cópias
Unidades de descrição relacionadas
O inventário que se encontra registado nos fólios 91 a 96v. desta fonte relaciona-se com o livro de registo dos inventários da enfermaria da Irmandade dos Clérigos do Porto, intitulado «Inventário da Enfermaria».
Zona das notas
Nota
Título da lombada. Na capa superior encontra-se o seguinte título: «Livro q. ha de servir p.a a entrada dos Irmaons doentes na infirmaria, e suas receitas». Contém uma folha de rosto com o seguinte título: «Lembrança das entradas dos Irmâos doentes na Infermaria da veneravel Irmandade de Nossa Senhora da Assumpçâo, São Pedro, e São Felippe Neri Dos Clerigos Pobres da Cidade do Porto: E Termos de seos Fallecimentos. Termos das Entradas a fol. 1 Termos dos Fallecimentos a fol. 56».
Nota
Os fólios foram numerados e rubricados por «Veraz» - José Ferreira Veraz, Secretário da Irmandade dos Clérigos do Porto. Esta brochura contém 7 fólios em branco.