Zona de identificação
Código de referência
Título
Data(s)
- [1792-08-16] a [1816-09-13] (Produção)
Nível de descrição
Dimensão e suporte
1 livro; 246 fls.; 30 x 21,5 x 4 (cm)
Zona do contexto
Nome do produtor
História administrativa
O Hospital da Irmandade dos Clérigos do Porto, em concordância com a missão base da Irmandade, foi criado com o objectivo de socorrer os clérigos pobres e doentes da cidade, incluindo os que não eram Irmãos. Oficialmente designado como Hospital da Irmandade, é comum ser referido na documentação da época apenas como Enfermaria, provavelmente em referência à casa da enfermaria, na qual se encontravam os leitos onde eram instalados os enfermos. Para além desta divisória principal, o Hospital incluía igualmente um altar, uma casa da sacristia, cozinha e um quarto para o Enfermeiro-Mor.
O Hospital estava sob imediata superintendência do Presidente ou, por delegação deste, do Secretário da Irmandade. A gerência e fiscalização desta secção de assistência física e espiritual, por sua vez, estavam incumbida a um deputado da Mesa, que tinha a obrigação de visitar a mesma diariamente durante os meses em que exercia a função de mordomo do Hospital. A nível interno, o Hospital era dirigido pelo Enfermeiro-Mor e contava igualmente com enfermeiros menores, cirurgiões e médicos, assim como um conjunto de criados e ajudantes, dos quais se destaca o Moço da Enfermaria.
O tratamento fornecido no Hospital da Irmandade incluía duas vertentes: a admissão no Hospital e a assistência aos clérigos doentes nas suas próprias casas. A assistência domiciliária era preferível no caso de doenças contagiosas e o socorro por conta da Irmandade, para além dos cuidados igualmente prestados aos doentes admitidos na enfermaria - com apoio do médico, cirurgião e boticário -, incluía ainda uma esmola. Tanto no caso de admissão como de apoio domiciliário, os clérigos contavam ainda com assistência espiritual - nomeadamente no momento da morte - e com o direito ao enterro, em caso de falecimento.
O período de maior vigor em termos de funcionamento do Hospital da Irmandade, segundo a documentação produzida pelo mesmo, parece ter-se situado entre meados do século XVIII e a década de 20 do século XIX. Em sessão da Mesa de 12 de Fevereiro de 1841 foi deliberado que se tornasse a estabelecer o Hospital para curativo dos Irmãos pobres e doentes e, de facto, nos Estatutos da Irmandade de 1871 ainda há referência à existência do mesmo, apesar de não se conhecer documentação deste período. A partir do século XX, a menção ao Hospital parece desaparecer da documentação e dos documentos regulamentares da Irmandade.
Esta secção engloba toda a documentação que se relaciona com a gestão administrativa e financeira do Hospital e com os irmãos doentes que se recolheram no mesmo, nomeadamente: registo de entradas e óbitos; receitas prescritas pelos médicos; recibos dos enfermeiros, dos médicos e dos cirurgiões; despesa da enfermaria e uma série documental relativa ao fundo do Hospital. Engloba ainda um inventário, que contempla a descrição do altar da enfermaria, sacristia, casa da enfermaria, roupa de cama, serviço de mesa e cozinha, assim como alfaias diversas.
Entidade detentora
História do arquivo
Fonte imediata de aquisição ou transferência
Zona do conteúdo e estrutura
Âmbito e conteúdo
Livro misto relativo à Enfermaria da Irmandade dos Clérigos do Porto, constituído por duas partes distintas.
A primeira parte (fls. 2 a 4) é constituída pelo registo dos recibos de pagamento aos médicos e cirurgiões que assistiram os enfermos a cargo da Irmandade. Os recibos de pagamento, relativos às datas de 1792-08-16 a 1796-08-02, contêm a indicação do nome do Enfermeiro-Mor em funções; a quantia que este pagou ao médico / cirurgião; a proveniência do pagamento (ex.: receitas para os doentes, visitas aos enfermos); nome dos doentes tratados; data e assinatura do médico ou cirurgião.
A segunda parte (fls. 4v. a 22) é constituída pelo registo da receita e despesa da Enfermaria, relativa às datas de 1803-07-28 a 1816-09-13. Os registos de receita e despesa encontram-se organizados por enfermo (ex.: «Despeza que diariamente vai fazendo o (…) Enfermeiro deste Hospital com o Nosso Irmão o Reverendo Doutor Francisco de Paula (…)» – fl. 4v) e contêm os seguintes dados: ano económico; data de entrada do doente ou deliberação da Mesa de o socorrer; nome do Enfermeiro-Mor e Secretário em funções; nome do doente; data e descrição das diversas receitas (ex.: quantia paga pelo Secretário para suportar as despesas da Enfermaria) e despesas (ex.: mantimentos, vestuário, alimentos, mobília, remédios, pagamentos de ordenados ao pessoal que auxiliava na Enfermaria, entre outros).
Este livro contém dois termos de abertura (fls. 1 e 1v) e termo de encerramento (fl. 246v).
Avaliação, seleção e eliminação
Incorporações
Sistema de arranjo
Ordenação temática e, dentro desta, cronológica.
Zona de condições de acesso e utilização
Condições de acesso
Condiçoes de reprodução
Idioma do material
Sistema de escrita do material
Notas ao idioma e script
Características físicas e requisitos técnicos
Encadernação em pele. Lombada com ferros dourados e título a ouro sobre fundo vermelho. Estado de conservação regular. As capas estão esfoladas.
Instrumentos de descrição
Zona de documentação associada
Existência e localização de originais
Existência e localização de cópias
Unidades de descrição relacionadas
O registo da despesa da enfermaria relativo às datas de 1754-03-15 a 1802-01-20 encontra-se no livro intitulado «Despeza da Infermaria».
Zona das notas
Nota
Título da lombada, com desdobramento das abreviaturas: «Recibos do Medic. e Cirurgi.».
Nota
Os fólios foram numerados e rubricados por «Abreu» - José da Glória Camelo e Abreu, Presidente da Irmandade dos Clérigos do Porto. Este livro encontra-se em branco a partir do fl. 22v.