Guilherme Braga da Cruz integrou a Comissão Redatora do Novo Código Civil como membro a convite do ministro da Justiça, João de Matos Antunes Varela, entre 1954 e 1966. Dada a sua preparação jurídica, ficou responsável por elaborar diversos estudos preparatórios do Livro IV, respeitante aos direitos da Família. No seguimento desta colaboração, ficou também responsável pela presidência da Comissão de Divulgação do Novo Código Civil. Em virtude da dedicação à obra do Novo Código Civil português, em 1967 Guilherme Braga da Cruz foi condecorado pelo chefe de Estado com a Ordem Militar de Cristo.
Guilherme Braga da Cruz foi sócio efetivo do Instituto de Coimbra desde 1948, tendo exercido as funções de vice-presidente da direção nos mandatos de 1961-1964, 1966-1967 e 1968-1974.
Guilherme Braga da Cruz participou em diversos encontros científicos, uns mais ligados ao campo do direito, outros cientificamente mais abrangentes. Existe documentação relativa à participação mais ativa ou mais passiva de Guilherme Braga da Cruz nos seguintes encontros: doutoramento "honoris-causa" do Generalíssimo Francisco Franco (1949), Congresso do XIV Centenário da Chegada de São Martinho de Dume à Península Ibérica (1950), Comemorações do primeiro centenário da morte de Manuel António Coelho da Rocha (1950), participante em encontros do Projeto Novo Savigny (1954), II Coloquium Internacional de estudos Luso-Brasileiros (1954), IV Semana Jurídica Portuguesa em Santiago de Compostela (1954), Congresso de Filosofia (1955), homenagem a Luís Cabral de Moncada (1958), Congresso Histórico de Portugal Medievo (1959), Centenário de Francisco José de Sousa Gomes, avô materno de Guilherme Braga da Cruz (1960), Semana Cultural Portuguesa em Santiago de Compostela (1964), III Colóquio Nacional do Trabalho, da Organização Corporativa e da Previdência Social (1964), III Centenário da Batalha de Montes Claros (1965), conferências na Associação Jurídica de Luanda (1967), VII Semana Jurídica Portuguesa em Santiago de Compostela (1968), Curso de "Juristas portugueses em Madrid" (1971), sessão "in memoriem" de Dom Ramón Prieto Bances (1972), Conferência no Centro Cultural Português em Paris (1972) e Journées Méridionales d' Histoire des Institutions, em Toulouse (1975).
Guilherme Braga da Cruz matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra no outono de 1932. Teve como professores Paulo Merêa, Luís Cabral de Moncada, Domingos Fezas Vital, Adriano Vaz Serra, Mário de Figueiredo, Manuel de Andrade, Fernando Andrade Pires de Lima, entre outros. De alguns foi "sebenteiro" reconhecido pelos colegas de curso, e de todos foi distinto aluno. Terminou a licenciatura em junho de 1937 com a tese “Algumas considerações sobre o instituto da ‘perfilatio’”, arrecadando 17 valores. De seguida, foi bolseiro do Instituto para a Alta Cultura em Paris (1938/1939) e em Madrid (1939/1940), fazendo a sua especialização em história do direito, consagrada com a tese de doutoramento em Ciências Histórico-Jurídicas intitulada "O direito da troncalidade e o regime jurídico do património familiar". As provas de doutoramento decorreram entre 17 e 22 de novembro de 1941, tendo sido aprovado com a classificação de "Muito Bom" e 18 valores.
Guilherme Braga da Cruz iniciou as funções de membro da Comissão Redatora da "Revista de Legislação e de Jurisprudência" em 1960. Após a morte de Fernando Andrade Pires de Lima, diretor da revista, em 4 de setembro de 1970, Guilherme Braga da Cruz assumiu um papel fundamental, garantindo a composição, revisão e publicação da revista. Além disso, enquanto membro da comissão redatora tomou sobre os ombros a responsabilidade de redigir a história da revista no seu centenário, que culminou na publicação de uma obra de proporções monumentais, que oferece um quadro robusto da vida política, jurídica e académica dos séculos XIX e XX - "Revista de Legislação e de Jurisprudência (Esboço da sua história)".
Guilherme Braga da Cruz realizou os seus estudos secundários no Liceu Sá de Miranda, em Braga, entre 1926 e 1932. Foi dos melhores alunos do liceu, avaliado com notas entre 16 e 18 valores.
Guilherme Braga da Cruz esteve institucionalmente ligado a entidades confessionais, nomeadamente irmandades/confrarias e misericórdias, geograficamente implantadas em cidades onde manteve as suas ligações familiares, sociais e profissionais: Braga, Coimbra e Porto.
Enquanto frequentou a licenciatura em Direito na Faculdade de Direito, Guilherme Braga da Cruz assistiu também, como aluno voluntário, a disciplinas ministradas na Faculdade de Letras, nomeadamente Epigrafia, Geografia Humana, História da Antiguidade Oriental, Grego e Alemão.
A 8 de janeiro de 1942 Guilherme Braga da Cruz foi contratado para provimento do lugar de primeiro assistente, além do quadro, do primeiro grupo da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Em 29 de dezembro de 1947 foi nomeado professor extraordinário e a 2 de agosto de 1948, após concurso, foi nomeado professor catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, do Grupo das Ciências Histórico-Jurídicas. Exerceu o cargo de professor secretário (1951-1955) e de professor bibliotecário (1957-1958) da Faculdade de Direito. Ministrou as cadeiras de História do Direito Português e História do Direito Romano. No pós-25 de abril de 1974 Guilherme Braga da Cruz foi fisicamente impedido de dar aulas, por deliberação plenária da "União dos Estudantes Comunistas", e depois foi suspenso das funções de professor, suspensão comunicada por ofício datado de 20 de agosto de 1975, sendo que a 9 de outubro de 1976, por despacho do subsecretário de Estado do Ensino Superior, o processo de "saneamento" foi arquivado.
Em finais da década de 1930 Guilherme Braga da Cruz filia-se na Causa Monárquica, com sede em Lisboa. Em 1942 é escolhido para exercer funções na Junta Diretiva da Causa Monárquica, em Coimbra.
Em 1946 foi criado o Conselho de Nobreza, composto de quatro comissões: "Genealogia", "Heráldica", "Verificação de Títulos e Direitos Nobiliárquicos" e "Serviços e Des-serviços". A partir de 1948 Guilherme Braga da Cruz passou a integrar o Conselho de Nobreza como único consultor jurídico das quatro referidas comissões, tendo redigido pareceres jurídicos em ordem à boa titulação e representação de títulos e direitos nobiliárquicos, bem como respondendo a consultas privadas.
Na sequência da saída de Marcello Caetano da presidência da secção de Administração Pública, mais propriamente da subsecção de Política e Administração Geral da Câmara Corporativa, para a presidência da mesma Câmara Corporativa, António de Oliveira Salazar convidou Guilherme Braga da Cruz para assumir o lugar de procurador à Câmara Corporativa na subsecção de Política e Administração Geral. Inicialmente recusou, mas por insistência de António de Oliveira Salazar, Guilherme Braga da Cruz acabou por aceitar. Foi procurador à Câmara Corporativa na 6ª (1953-1957), 7ª (1957-1961) e parte da 8ª legislaturas (1961- 6 de dezembro de 1962), e eleito segundo vice-presidente da Câmara Corporativa nas sessões legislativas de 1955-1956, 1956-1957 e 1959-1960. Em 1956 Guilherme Braga da Cruz assumiu a responsabilidade de representante da Câmara Corporativa na II Assembleia de Parlamentares dos Países da NATO (North Atlantic Treaty Organization). Enquanto procurador, Guilherme Braga da Cruz relatou os seguintes pareceres: "Assistência aos Funcionários Civis Tuberculosos", "Plano de Formação Social e Corporativa", "Organizações circum-escolares" e "Alterações ao Código Administrativo".
Guilherme Braga da Cruz foi membro de diversas comissões organizadoras ou executivas de encontros científicos, dando provas das suas excecionais capacidades de organização e planificação, reconhecidas pelos seus pares. Contém documentação relativa a: Congresso Comemorativo do IV Centenário do Nascimento de Francisco Suárez (1948), homenagem a José Alberto dos Reis (1955), III Colóquio Internacional de Estudos Luso-Brasileiros (1957), IV Centenário da Universidade de Évora (1959), homenagem póstuma a Fernando Andrade Pires de Lima (1971) e VII Colóquio Internacional de Estudos Luso-Brasileiros (1972).
Guilherme Braga da Cruz exerceu o cargo de diretor dos Serviços Universitários da Mocidade Portuguesa entre 1949 e 1951. É de assinalar a conferência promovida em 1962 pelo Centro Universitário da Mocidade Portuguesa e publicada no jornal "Encontro" proferida por Guilherme Braga da Cruz subordinada ao "Problema da Universidade". Além da documentação respeitante à sua direção, inclui também outros documentos relativos à ligação de Guilherme Braga da Cruz à Mocidade Portuguesa.
Guilherme Braga da Cruz foi nomeado membro da Comissão Portuguesa do Comité International des Sciences Historiques, por ofício do Instituto para a Alta Cultura em 23 de junho de 1949. Exerceu as funções de secretário entre 1949 e 1951 e a partir de 1965 foi presidente da Subcomissão de História do Direito Português.