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Registo de autoridade
António Lino Neto
ALN · Pessoa singular · 1873-1961

Filho de Lino Leitão Neto e de Rosa Marques Correia da Silva, António Lino Neto nasceu na freguesia de Mação, em 30 de Janeiro de 1873. Ingressou no Seminário de Portalegre, onde concluiu o curso de Teologia, prosseguindo depois os estudos na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, onde terminou, em 1899, a Licenciatura em Direito.
Em 1908 iniciou oficialmente a sua carreira de docente universitário ao tomar posse da cátedra de Economia Política e Direito Administrativo do Instituto Industrial e Comercial de Lisboa. Depois da reforma do ensino técnico, decretada em 1911, passou a leccionar no Instituto Superior de Comércio de Lisboa (transformado posteriormente no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras, integrado na Universidade Técnica de Lisboa) e na Escola Politécnica (futuro Instituto Superior Técnico). Em 1930 foi nomeado director do Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras e, entre 1938 e 1943, assumiu o cargo de vice-reitor da Universidade Técnica de Lisboa. Na carreira académica destacam-se, ainda, os cargos de sócio correspondente da Classe de Letras da Academia das Ciências de Lisboa; sócio ordinário da Sociedade de Estudos Pedagógicos; secretário, vice-presidente e presidente da secção de Economia Política da Sociedade de Geografia de Lisboa.
Como advogado, com escritório em Lisboa (Rua Nova do Almada), prestou aconselhamento jurídico e acompanhou activamente diversos processos judiciais; colaborou com a Associação dos Jurisconsultos Católicos Portugueses e com a Associação dos Advogados de Lisboa. Abandonou oficialmente a carreira em 1941.
Paralelamente à vida académica e à actividade forense, António Lino Neto desempenhou vários cargos públicos: secretário-geral do Governo Civil de Beja (1900), tendo sido transferido, pouco tempo depois, para o mesmo cargo em Portalegre; secretário de uma Comissão do Governo, incumbida de inspeccionar a Companhia Geral do Crédito Predial Português (1910); vogal da Comissão de Reorganização Administrativa da Província de Moçambique (1910); vogal do Conselho do Serviço Técnico Aduaneiro (1911); vereador da Câmara Municipal de Lisboa - pelouro das Subsistências (1917); participou em diversos júris de concursos no Ministério dos Negócios Estrangeiros e na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (1910 a 1938).
A partir de 1918 intensifica-se a actividade política e parlamentar de António Lino Neto: como representante do Centro Católico Português, exerceu o cargo de deputado nas Legislaturas III, VI e VII (na primeira, pelo círculo de Portalegre, e nas restante pelo círculo de Braga); em Novembro de 1919 é eleito Presidente do Centro, cargo que ocupa até 1934.
A sua acção destacou-se também em diversos organismos de assistência social e de cooperação profissional: vogal do Conselho Central da Associação Protectora dos Pobres de Portalegre; vogal da Direcção do Montepio-Geral; presidente da Mesa da Assembleia-Geral da Federação Regional do Sul de Associações de Socorros Mútuos; membro da Comissão de Administração e Gerência do Sanatório de Sant'Ana, na Parede; membro do Conselho de Administração do Hospício da Princesa D. Maria Amélia no Funchal; director da Comissão Nacional da Assistência Religiosa em Campanha; presidente do Instituto Profissional Feminino e da Associação dos Regantes dos Campos de Alvega; vogal presidente da Junta dos Repartidores do Concelho de Portalegre; vogal do Conselho Superior de Previdência Social; vogal do Conselho Superior de Instrução Pública.
Foi autor das seguintes obras: “História dos Juízes Ordinários e da Paz” (Coimbra, 1898); “Princípios novos da ciência criminal” (1899); “Análise e crítica do novo código de posturas do concelho de Abrantes” (1902); “Estudos da Renascença Nacional” (1904); “A Questão Agrária” (Porto, 1908); “A Pátria Portuguesa” (1909); “A questão administrativa: o municipalismo em Portugal” (Lisboa, 1911); “Adam Smith, fundador da Economia Política” (Lisboa, 1936); “A Restauração de 1640, a mocidade portuguesa e o renascimento da pátria”; “O Ribatejo e a sua influência no desenvolvimento do municipalismo e do corporativismo em Portugal” (Lisboa, 1938); “A Indústria dos lacticínios e a questão agrária” (Lisboa, 1939); “O quinhão económico da vida” (Lisboa, 1941); “As funções do trabalho na ordem económica” (Lisboa, 1941).
No que se refere à sua vida pessoal, António Lino Neto casou em 1901 com Maria Matilde da Cruz Antunes de Mendonça (1878-1963) e foi pai de José Francisco Xavier de Mendonça Lino Neto (n. 03/12/1903), Maria Gertrudes Mendonça Lino Neto [Arruda] (n. 11/05/1906), Joaquim Maria de Mendonça Lino Neto (n. 03/11/1906), Maria Teresa de Mendonça Lino Neto (n. 25/08/1908), Maria Isabel de Jesus de Mendonça Lino Neto [Pádua Ramos], António Maria de Mendonça Lino Neto, Francisco de Assis de Mendonça Lino Neto e Maria Matilde de Mendonça Lino Neto [Sampaio Maia].
Foi condecorado pela Santa Sé com a grã-cruz da Ordem de São Gregório Magno, como forma de agradecimento pelos serviços prestados à Igreja Católica.
Faleceu aos 88 anos, a 16 de Novembro de 1961.

António da Silva Leite
ASL · Pessoa singular · 1759-05-23 - 1833-01-10

Foi um compositor, professor, escritor e organista portuense. Foi diretor musical do Real Teatro de São João. Mestre de Capela da Santa Sé do Porto. Examinador de cantochão do Bispado do Porto. Ocupou posições de mestre de música e compositor dos mais importantes conventos femininos da cidade, como por exemplo, o Convento de Santa Clara e o Convento de São Bento Ave Maria.

Anónimo
Ana Vicente
AV · Pessoa singular · 1943 - 2015-4-19

Nascida em 1943, filha de Luiz de Oliveira Marques e Susan Lowndes Marques, católica e feminista, casou com António Pedro Vicente e foi mãe de dois filhos. Licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas pela Universidade de Lisboa, tendo sido membro da Ação Católica Portuguesa e da Cooperativa Pragma, da qual foi dirigente. No início da sua carreira profissional foi professora e tradutora, sendo que após o 25 de abril de 1974 entrou para a administração pública portuguesa, tendo trabalhado na Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres, da qual foi presidente entre 1992-1996. Foi secretária executiva do Programa Nacional de Combate à Droga, Projeto VIDA. Trabalhou nos gabinetes ministeriais de Maria de Lourdes Pintasilgo e de Maria Leonor Beleza. Foi consultora do Fundo das Nações Unidas para a População, tendo trabalhado em programas de saúde reprodutiva com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa. Em 1998 aposentou-se. Depois de retirada da vida profissional ativa, integrou o grupo CID – Crianças, Idosos, Deficientes, Cidadania, Instituições, Direitos, cujo objetivo era garantir a qualidade de acolhimento institucional desses três grupos. Foi membro do Fórum de Educação para a Cidadania e membro fundador da Associação de Lares Familiares para Crianças e Jovens «Novo Futuro». É também membro do Movimento Internacional «Nós Somos Igreja», trazido para Portugal em 1997 por si e por Maria João Sande Lemos. Foi membro da Amnistia Internacional e da Associação Portuguesa de Estudos sobre as Mulheres. Para além destas funções mais institucionalizadas, Ana Vicente foi investigadora, oradora em diversas conferências, formadora e autora de livros e artigos. Publicou os seguintes livros: Mulheres em Discurso (1987); Portugal visto pela Espanha, correspondência diplomática 1939-1960, (1992), As Mulheres em Portugal na Transição do Milénio (1998), Os Poderes das Mulheres, os Poderes dos Homens (1998), O Príncipe Real, Luiz Filipe de Bragança, (1887-1908) com António Pedro Vicente (1998), Direitos das Mulheres/Direitos Humanos (1999), As Mulheres Portuguesas vistas por Viajantes Estrangeiros, séc. XVIII, XIX e XX (2000), Arcádia – Notícia de uma Família Anglo-Portuguesa (2006) e Ser Igreja (org. por Ana Vicente e Leonor Xavier), (2007). Também escreveu livros infantis com ilustrações de Madalena Matoso: O H Perdeu uma Perna, Para que serve o Zero?, Onde está o Mi?, Onde acaba o Arco-Íris e Como passa o Tempo?. Faleceu na sua casa do Estoril aos 72 anos, a 19 de abril de 2015, vítima de cancro.