Manuel Duque Vieira nasceu em 8 de novembro de 1902 em Mata, Torres Novas, no seio de uma família de proprietários rurais. Em 1929 formou-se em Ciências Histórico-Filosóficas e iniciou o curso de habilitação para o magistério liceal, que terminou em 1931. A partir daí iniciou a sua carreira de professor, ensinando nos liceus da Guarda, Angra do Heroísmo e Castelo Branco. Em 1955 foi transferido para o Liceu Pedro Nunes, em Lisboa. Em 1947 pertenceu à comissão de reforma do ensino secundário, foi membro da Junta Nacional de Educação, fez parte do júri de exames de Estado e elaborou pontos de exame para avaliações a nível nacional. Aposentou-se em 1972. Foi colaborador assíduo de publicações periódicas, tendo fundado em Castelo Branco o semanário "Reconquista". A sua ligação aos círculos católicos fê-lo colaborar com o jornal "Novidades" e com as revistas "Estudos" (do Centro Académico de Democracia Cristã de Coimbra) e "Flama". As revistas "Liceus de Portugal" e "Labor" espelham o seu pensamento sobre questões educativas. Neste âmbito, enquadra-se inicialmente numa corrente nacionalista católica e conservadora. Defendia a criação de escolas técnicas como meio de aliviar os liceus da pressão social a que estavam sujeitos e de adaptar o ensino às necessidades da economia portuguesa. Neste sentido, entendia que para as universidades apenas deveria transitar uma minoria, verdadeiramente vocacionada para os estudos superiores. Nos anos 50 e 60 o seu pensamento evoluiu para o que será a teorização social progressista da Igreja, promovida pelo Concílio do Vaticano II. Faleceu em 20 de janeiro de 1972.
Maria Margarida Abreu Teixeira da Costa nasceu em 1931-01-16. Ingressou no Instituto Superior de Serviço Social (ISSS-L) de Lisboa em 1950, onde se formou como assistente social. tendo complementado a sua formação com diversos cursos nesta área. Em 1954 integrou o corpo docente do ISSS-L, A partir de 1963 (até 1970) integrou a direção do Instituto, tendo ainda exercido o cargo de subdiretora para os Assuntos Pedagógicos (1968-1970). Posteriormente desempenhou funções no Ministério da Educação Nacional, participando no Grupo de Estudo para a Reforma do Ensino (1970/71). Na Universidade Católica Portuguesa desempenhou funções diversas donde se destacam as de diretora adjunta dos Serviços Sociais (1981-1997), docente com regência na Licenciatura em Serviço Social (entre 2001/02 e 2005/06) e coordenadora adjunta do Curso de Serviço Social (2002/03).
Frequentou o ISSS-L entre 1955 e 1960. A partir desse ano e até 1991, ano em que se reformou, foi assistente social na CUF.
Maria Amélia de Lemos Macedo Santos foi militante e dirigente da Acão Católica Portuguesa, tendo sido presidente nacional da Juventude Católica Feminina. Este espólio integra documentação por si produzida e acumulada no âmbito da sua colaboração com a Ação Católica.
Maria de Jesus Atalaya nasceu em Portalegre em 17 de maio de 1905 e faleceu em Lisboa a 17 de fevereiro de 2005, depois de prolongada doença. Em Santarém foi desde sempre muito dedicada ao serviço da Igreja, exercendo funções no Secretariado da Paróquia de Marvila, como catequista, presidente do Apostolado da Oração e da Cruzada Eucarística. Esta dedicação foi reconhecida pelo cardeal Cerejeira, com quem falava muitas vezes e que a chamou para o serviço do Santuário. Entre 1960 a 1993, teve naquele contexto a seu cargo a administração da capela elaborando os registos contabilísticos e organizando o arquivo. Dedicou-se ao acolhimento e assistência aos peregrinos, ao apoio a celebrações litúrgicas e à animação das devoções ao Sagrado Coração de Jesus. Foi presidente, secretária e tesoureira do Centro do Apostolado da Oração no Santuário (1960-1993). Por sua iniciativa constituiu uma biblioteca, com empréstimo domiciliário, para uso dos fiéis, com os seus próprios livros e outros oferecidos por diversas pessoas. Os livros foram catalogados, cotados e munidos de capas plásticas. Viveu em Almada na Av. D. Nuno Álvares Pereira, nº 16, 1º Dir.
Na ausência de capelães ao serviço do Santuário por vários períodos e com os reitores acumulando funções no Seminário de S. Paulo, a sua ação foi muito importante para manter viva a espiritualidade própria do Santuário e o acolhimento aos peregrinos.
Assistente social, Maria Delfina Ruivo (Maria Delfina da Cruz de Sousa Ruivo) assume funções na Cáritas Portuguesa como vogal da Comissão Central em 3 de novembro de 1974. Num período conturbado, Hermann Leça da Veiga mantinha o cargo de presidente e José Mendes Serrazina tinha sido nomeado assistente interino em 20 de setembro. As funções dirigentes de Maria Delfina Ruivo, que já eram exercidas na Cáritas Diocesana de Lisboa, manter-se-iam em 1976. A gestão do Programa de Criação de Postos de Trabalho, o apoio prestado à transferência, em 1991, dos Lares Infante Santo e S. Tiago (Almada) para as Cáritas Diocesanas de Lisboa e de Setúbal, respetivamente, a coordenação dos Serviços Centrais seriam algumas das suas funções mais marcantes na Cáritas Portuguesa. Já nas décadas de 2000 ou 2010, assumiria o tratamento do acervo histórico da organização. A par da relevância dos textos por si produzidos para enquadramento da Cáritas Portuguesa ao longo do tempo, também se destacam os índices, por si elaborados, de processos de crianças acolhidas em Portugal e de processos de concessão de crédito para criação de postos de trabalho. Estes últimos constituem importantes instrumentos de descrição legados ao Arquivo Histórico da Cáritas Portuguesa.